Marina Tavares Dias, Olisipografia

38 anos de criatividade pessoal ao serviço do colectivo, na defesa de LISBOA

quarta-feira

 S. Gens e a Senhora do Monte

por Marina Tavares Dias
Lisboa Desaparecida, volume IX.


Quando, em 1835, na sequência da extinção das ordens religiosas masculinas, o Governo tomou conta das casas e dos bens dos agostinhos, a ermida do Monte foi à praça com a sua cerca e algumas casas em redor desta, sendo arrematada por Clemente José Monteiro, com consentimento régio. Isto queria dizer que o novo proprietário se comprometia a deixar realizar, no dia da festividade de Nossa Senhora, a feira tradicional, assim como a devida missa. Porém, não teriam sido necessários cuidados com a continuação das devoções. O povo acorria ainda com tal frequência que em breve tornou necessárias a permanência de um capelão e a garantia de missa todos os domingos. Os devotos reorganizaram mesmo a antiga corporação de Escravos de S. Gens, existente desde 1271, recuperando num esconso do templo o Breve de Roma, entregue ao templo lisboeta e datado de 30 de Setembro de 1796. Para deleite dos visitantes, manteve-se no templo o belo presépio de Machado de Castro, assim como as antigas imagens e a colecção de quadros alusivos à vida de Santo Agostinho.

(continua no livro)
Postais ilustrados de José Bárcia
e Eduardo Portugal, vista estereoscópica London S. Company.







segunda-feira

 Parque Mayer

Marina Tavares Dias
Lisboa Desaparecida, volume 9

[...]
Luís Galhardo tinha o projecto definitivo do Variedades na gaveta desde 1924, para o colocar exactamente em cima de um dos antigos lagos monumentais dos jardins da casa Mayer, onde, em tempos idos, se afogara uma das crianças do palacete; razão que levava a estúrdia dos primórdios do Parque a crer estar aquele pedaço assombrado por almas do outro mundo. Galhardo estendeu sobre a funesta história o traço do arquitecto Urbano de Castro. Esqueceram-se enredos mais tristes e o primeiro cartaz do Variedades anunciava, ao alto da fachada, a «estreia mais divertida do ano» para 8 de Julho de 1926. Era a revista “Pó de Arroz”, original de Luís Galhardo, pai, e José Galhardo, filho. Contaram com a colaboração de um jovem actor e argumentista chamado Vasco Santana. Era cabeça de cartaz, logo seguido pelos nomes de Costinha, Alves da Costa e Hortense Luz. A música ficou a cargo de Raul Portela e Tomás del Negro.

Continua no livro

Fotografia Arquivo CML, publicada no livro