S. Gens e a Senhora do Monte
por Marina Tavares Dias
Lisboa Desaparecida, volume IX.
Quando, em 1835, na sequência da extinção das ordens religiosas masculinas, o Governo tomou conta das casas e dos bens dos agostinhos, a ermida do Monte foi à praça com a sua cerca e algumas casas em redor desta, sendo arrematada por Clemente José Monteiro, com consentimento régio. Isto queria dizer que o novo proprietário se comprometia a deixar realizar, no dia da festividade de Nossa Senhora, a feira tradicional, assim como a devida missa. Porém, não teriam sido necessários cuidados com a continuação das devoções. O povo acorria ainda com tal frequência que em breve tornou necessárias a permanência de um capelão e a garantia de missa todos os domingos. Os devotos reorganizaram mesmo a antiga corporação de Escravos de S. Gens, existente desde 1271, recuperando num esconso do templo o Breve de Roma, entregue ao templo lisboeta e datado de 30 de Setembro de 1796. Para deleite dos visitantes, manteve-se no templo o belo presépio de Machado de Castro, assim como as antigas imagens e a colecção de quadros alusivos à vida de Santo Agostinho.
(continua no livro)
Postais ilustrados de José Bárcia
e Eduardo Portugal, vista estereoscópica London S. Company.



