IGREJA DE S. DOMINGOS
Marina Tavares Dias, Olisipografia
segunda-feira
FEIRA POPULAR
«O mais celebrado de todos os divertimentos da Feira Popular foi também o que conseguiu manter maior longevidade: o Carrossel Oito, conhecido por «carrossel de dois andares». O segredo seria a frequência mista de adultos e crianças e um atractivo extra: bolas que, penduradas do tecto, convidavam ao murro quem cavalgava zebras ou girafas. Nas noites mais animadas, a gritaria era ensurdecedora.»
Excerto de Lisboa Desaparecida, volume 9, de Marina Tavares Dias.
sábado
AS PORTAS DE SANTO ANTÃO
Sendo saída da cidade, será fácil adivinhar a razão pela qual o topónimo inclui a palavra “portas”. É que, realmente, aqui ficava uma das portas da muralha de Lisboa. Quanto à evocação do Santo Antão, tem ela a ver com um mosteiro de frades dedicado a esse santo e fundado por volta de 1400. Mais tarde (em 1539), os frades trocaram de convento com as freiras da Anunciada, cuja morada tradicional era o célebre Coleginho da Mouraria.
quinta-feira
JERÓNIMO MARTINS
Desde 1878, era para aqui (de Vale de Lobos, onde voluntariamente se exilara) que Alexandre Herculano exportava em exlusivo o seu azeite de médio proprietário agrícola. Este "aqui" era uma casa referencial de Lisboa e sê-lo-ia até ao incêndio do Chiado de 1988: o Jerónimo Martins. Ei-la, talvez no máximo do seu esplendor de múltiplas montras ostentatórias quer da variedade e do exotismo dos produtos à venda, quer do dourado das suas medalhas, quer ainda do pergaminho da data setencista da sua fundação (1792). Tem de tudo esta casa única no seu género no Chiado da época: víveres, leques e perfumes, louças da China e do Japão, novidades, chás... Será um chá isso que a dama do chapéu escolhe? E que faz ali, parada no passeio, a rapariga de avental? Um homem, apressado, sobe a Rua Garrett. Outro, mais vagaroso, desce-a. Um marçano estacou a meio para dois dedos de conversa com alguém encoberto pelo candeeiro (ainda a gás? já de electricidade?). Numa porta, e mal se vê, enfastia-se um lojista posterior a Cesário, doutra parece ir sair um rapaz com um saco. De chapéu na cabeça, três outros olham a objectiva, como o faz a rapariga do avental. Nenhum tem nada nas mãos, e as mãos sobram-lhes. Como o tempo que por este Chiado passa. É Lisboa, 1903. Lentas escorrem as horas frente ao Jerónimo Martins...
segunda-feira
PENHA DE FRANÇA
Penha de França pelo pintor Thomaz de Anunciação (1818-1878). O caminho que parte da igreja era conhecido por «caracol da Penha» e o seu traçado subsiste nos arruamentos a que deu lugar. Em primeiro plano, a cena campestre desenrola-se nos terrenos da actual Avenida Almirante Reis.
domingo
PALHAVÃ
Parque de Santa Gertrudes, pertencente a José Maria Eugénio de Almeida e mais tarde cedido pela família para primeiras instalações do Jardim Zoológico. A Feira Popular funcionaria aqui entre 1943 e 1957. O lago, ainda hoje existente nos jardins da Gulbenkian, foi diversas vezes utilizado como parte do percurso da montanha-russa.
Em: Lisboa Desaparecida de Marina Tavares Dias
sexta-feira
CONFEITARIA NACIONAL
A Confeitaria Nacional (fundada em 1829) mantém, bem visíveis na fachada, as réplicas das medalhas conquistadas nas grandes exposições universais. É caso único em toda a Baixa, e recorde-se como, mesmo antes do incêndio do Chiado em 1988, já a loja Jerónimo Martins apeara as suas.





